quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Vida, de facto…

O que leva duas pessoas a decidirem viverem juntas, a compartilhar o mesmo espaço, as mesmas coisas, os mesmos dias?
O amor?
Palavra esquisita e sentimento contraditório.
O amor conjugal, como se define? O que dizemos nós que é o casamento? Não estou a falar de religião, estou a falar de dois seres com características bastante distintas, criadas em espaços e ambientes distintos e que juram amarem-se, protegerem-se, respeitarem-se e cuidarem-se até que a morte os separe.
Que filosofia bonita e romântica, o pior é que se vão habituando um ao outro e esquecendo o essencial e o importante. O diálogo.
Se não conseguir conversar com um colega de trabalho, um amigo ou uma qualquer pessoa pertencente a minha vida, eu desligo, simplesmente não lhe falo, mas a alguém a quem fiz juras de amor eterno? Que fazer? Como deixei que isto acontecesse?
Eis o motivo do divórcio. O silêncio conjugal, a falta de confiança, os outros que são mais importantes que a família, o Eu que se sobrepõe a tudo.
No penúltimo texto que escrevi, disse que estava triste e ainda estou, pois saber de casais Amigos que se separam, nunca é fácil nem se leva de ânimo leve. Saber do divórcio de alguém que não nos diz nada, sentimos uma certa pena ou então nem sequer temos reacção, mas das pessoas da nossa vida, dos nossos, o caso muda de figura. É uma tragédia.
E o nosso casamento está a salvo?
Já puseram alguma vez na mesa a possibilidade de vir a ser o nosso futuro?
Temos de nos lembrar o que construímos juntos e pesar os momentos bons dos menos bons, as pessoas envolvidas na relação, não estou a falar somente dos filhos, mas pais, sogros, tios, amigos, as cerca de 100 pessoas que foram testemunhas do nosso Sim, um ao outro, não a Deus, mas um ao outro, pois casaram-se um com o outro e os dois formam um só corpo e alma.
O casal.
Vale a pena parar e rever o “filme” da nossa vida, pois “acidentes” acontecem, mas podem ser evitados, basta estar atento, alerta e não nos habituarmos a rotina.

2 comentários:

Nelson Mendes disse...

eu infelizmente não concordo. Eu não fico com pena quando alguém se divorcia. Há casamentos que nunca deviam ter-se realizado, há casamentos que não tem por base o amor, diálogo e confiança e para esses casais o divórcio até é uma benção. É triste quando duas pessoas que se amam «a sério» se separam, se divorciam, etc, mas tudo faz parte dum plano grande que Deus tem para nós mas que nós não conhecemos. Deus disse "ama o teu próximo", não disse ama o teu marido ou a tua esposa. Eu sou a favor de casamentos e sou a favor de divórcios, não como causa e consequência, mas como liberdade de escolha. E a liberdade, é certo, traz muitos dissabores.O divórcio é mau, mas pode permitir encontrar um amor maior no futuro.
Abraço

Anónimo disse...

Não posso dizer que não fico com pena quando alguem se divorcia, principalmente se for um caso proximo de mim,afinal quando casamos fazemos planos para toda a vida ao lado dessa pessoa e o falhanço e frustação que se sente quando fazemos tudo para salvar um casamento, manter a "chama acesa" e não conseguimos é muito grande...tentamos dialogar, compreender, esquecer más palavras ou atitudes, ajudar nos momentos mais dificeis...mas, há alturas que chega o limite (quando do outro lado não encontramos o mesmo), então até mesmo inconscientemente instala-se o desanimo e a desistencia!! Não é mesmo uma situação fácil o divorcio,(e eu sei), mas viver infeliz é ainda mais dificil!! Também concordo com a liberdade de escolha e que cada um deve lutar pela felicidade...